Serra Gaúcha é o destino para quem aprecia vinho

21/09/2016 17:55

Serra Gaúcha é o destino para quem aprecia vinho

Mais do que apenas o charme tradicional e o frio das montanhas, lugar recebe todos tipos de paladares

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/ Regis Nascimento/Ed. Minuano

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Por: Daniel Pires
e Regis Nascimento

daniel.pires@diariosp.com.br
regis@cabraeovelha.com.br

A cerca de 1.000 km de São Paulo, fica um lugar onde se cultiva uva e se produz uma das bebidas mais refinadas e tradicionais do país: o vinho. 

A história dessa iguaria, muito apreciada em todo o mundo, nasce em alguns lugares do Rio Grande do Sul e resguarda um dos pontos de grande importância para a economia brasileira.

A história do vinho no Brasil não é recente – talvez a sua trajetória de sucesso seja, mas a sua origem, não. Ela vem desde os tempos do descobrimento do país, quando o explorador português Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras videiras ao país, em 1532. A região do primeiro plantio também não foi o polo que conhecemos hoje: a primeira muda de uva foi encravada em solo paulista, na então capitania de São Vicente. Porém, foi mais ao sul que a atividade do cultivo de uvas foi ganhando a forma que hoje, muitos anos depois, coloca o Brasil como o quinto maior produtor de vinhos e espumantes do hemisfério sul.

O DIÁRIO visitou quatro vinícolas de destaque no Rio Grande do Sul e conta o que viu por lá. Confira:

VALDUGA

Na região do Vale dos Vinhedos, o Grupo Valduga trabalha com uvas especificamente direcionadas à produção de espumantes, em especial as uvas Chardonnay, que servem tanto para espumantes como vinhos brancos, e Pinot Noir, voltada exclusivamente para os espumantes. A Casa Valduga dispõe de um complexo enoturístico que teve início em 1992, com a primeira pousada, e que hoje já conta com mais 24 quartos e um restaurante, onde são recepcionados todos os turistas da vinícola. O enoturismo, aliás, também tem importante relevância para a Valduga. Na loja do grupo, um projeto pontual, denominado “Enoteca”, promete encantar o consumidor com paladar aguçado para vinhos mais maduros e dá a chance de poder levar para casa produtos de safras mais envelhecidas. Vale conferir!

PETERLONGO

Distribuída ao longo de 120 hectares de terras plantadas, a Peterlongo está localizada no município de Garibaldi (RS), também conhecida como capital nacional do champanhe. Uma empresa voltada para a produção de espumantes não teria local melhor para se instalar. Hoje, a Peterlongo utiliza suas instalações não apenas para a produção de vinhos e espumantes, mas também para a realização de jantares e eventos previamente agendados. De acordo com o gerente João Ferreira, a média de visitação anual gira em torno de 300 mil visitantes, principalmente das regiões Sudeste e Nordeste. Entre os estrangeiros, o fluxo de visitas ainda é pequeno, mas argentinos e norte-americanos são os que visitam com mais frequência. As viníferas do complexo enológico também são destinadas ao turismo, sendo utilizadas como espaço de socialização e para os diversos eventos realizados durante o ano.

AURORA

Quem olha a sede da Vinícola Aurora pelo lado de fora da Rua Olavo Bilac, no coração do município de Bento Gonçalves (RS), tem a ligeira impressão de que ali funciona uma fábrica muito antiga ou um velho parque industrial, daqueles que teimam em resistir ao tempo. No entanto, basta atravessar o pesado portão de ferro, numa entradinha bem estreita do outro lado da rua, para entrar em um mundo em que tradição e tecnologia, história e modernidade parecem convergir para a mesma direção. É essa a sensação mais forte que se tem assim que se põe o pé para dentro do portão do complexo de produção da Aurora. Hoje, a Vinícola reúne 1,1 mil famílias associadas, distribuídas em 19 propriedades da Serra Gaúcha e que, juntas, produzem um total de 60 milhões de quilos de uva por ano. Todo esse volume resulta em 50 milhões de litros de vinhos, espumantes, sucos e outros derivados. No total, hoje a Aurora possui 200 rótulos no mercado, divididos em 13 linhas de produtos.

MIOLO

Na Vinícola Miolo, na região de Bento Gonçalves (RS), o cenário é paradísiaco e enche os olhos logo na entrada. Ali, é possível fazer um tour em que o visitante acompanha de perto os processos de plantio, colheita e até desgustação. Localizada no Vale dos Vinhedos, a vinícola possui uma área total de 1,2 mil hectares plantados, divididos em cinco vinhedos e que produzem anualmente 12 milhões de litros de vinho. Na região do Vale, dentro das especificações da denominação de origem, a Miolo trabalha com a permissão para a produção de sete tipos de vinhos, sendo o Chardonnay e o Rising com uvas brancas; o Pinot Noir, apenas para espumantes; e nos vinhos tintos, o Merlot, o Cabernet Franc e o Tannat.

O enoturismo (turismo do vinho) recebe cerca de 220 mil pessoas por ano, todas interessadas em conhecer de perto os processos de produção da bebida. Os turistas são levados às plantações para descobrir os diversos tipo de uvas, os modos de colheita e, logo depois, são encaminhados às salas de envelhecimento, onde ficam os tonéis e os garrafões. Um passeio delicioso!