“Emirates, Etihad e Qatar saturaram o transporte aéreo norte-americano”, dizem senadores

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Polêmica do acordo de Open Skies ganhou mais um capítulo

O ME sempre acompanhou de perto os capítulos da novela polêmica entre as companhias aéreas do Golfo e dos EUA. Esta semana, mais uma novidade: seis senadores norte-americanos escreveram uma carta aos secretários de Estado e Transporte dos EUA encorajando-os a tomarem providências contra os supostos subsídios recebidos pelas maiores companhias do Golfo, como Emirates, Etihad e Qatar, de seus respectivos governos. De acordo com os senadores, esta quantia considerada desleal permite que estas transportadoras voem para os EUA de forma natural, algo que seria inviável sem a assistência federal.

Os senadores – três Democratas e três Republicanos – afirmam que Emirates, Etihad e Qatar Airways saturaram o mercado norte-americano com o excesso de oferta de assentos semanais entre Oriente Médio e Estados Unidos, totalmente “facilitado pelos subsídios” dos governos dos Emirados Árabes Unidos e Qatar. Ainda de acordo com os políticos norte-americanos, isto foi responsável por fazer os voos da rota “comercialmente inviáveis para as companhias norte-americanas que não são subsidiadas”, o que ecoa a posição de companhias como American, Delta Air Lines e United Airlines.

De acordo com o senador Republicano, Peter DeFazio, as companhias do Golfo estão voando com aeronaves praticamente vazias. “Podemos considerar leal uma concorrência entre empresas estatais, que vivem sob regimes ditatoriais, e empresas norte-americanas que são totalmente privadas e não estão ligadas a nenhum tipo de órgão governamental?”, indagou. “As companhias do Golfo não teriam nem começado as rotas entre Estados Unidos, Europa e Oriente Médio sem os subsídios do governo. Estes voos transatlânticos podem colocar os empregos norte-americanos em risco, tanto em aeroportos considerados internacionais, como em aeroportos domésticos”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, recebeu os principais líderes das companhias aéreas norte-americanas para um debate em torno dos atuais desafios da indústria, em fevereiro, na Casa Branca. Durante a reunião, no entanto, Trump preferiu não abordar tópicos polêmicos como a expansão frenética de companhias do Golfo nos Estados Unidos, embora isto deva ser debatido nos próximos encontros.