Deputados aprovam arquivamento da denúncia contra Temer
Na sessão que teve início nesta quarta-feira, 2, às 9h, decidiu-se pela permanência de Michel Temer na presidência, mesmo após denúncia em junho ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, após denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República – na sequência do estouro das gravações de delações da JBS. Os deputados usaram a estratégia de alongar a sessão com discursos e votação de requerimentos, o que fez a votação ser iniciada apenas às 18h20.
Mesmo com a votação, a base aliada alcançou os 172 votos necessários para barrar o prosseguimento da investigação (no momento, eram 159 “sim” pela rejeição da denúncia, 12 ausentes e 1 abstenção). O voto que garantiu a permanência de Michel Temer foi do deputado Aureo (SD-RJ), às 20h26, após 285 votações
A ordem para votação seguiu ordem alfabética por estado alternando entre norte e sul e vice-versa.Os primeiros a anunciarem os votos foram os deputados de Roraima e , por último, os deputados de Alagoas.
Créditos: Sheyden AfroIndigena / Mídia NINJA
Frases
Entre as declarações O parlamentar Julio Lopes (PP-RJ) disse que o povo não está tão contrário a Temer, e sim “anestesiado e enojado”.
Já o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) acredita que os brasileiros estão cansados de assistirem o Parlamento passar a mão na cabeça de criminosos. ” Essa denúncia, que como poucas, tem provas robustas, claríssimas, vídeos, áudios do presidente praticando crimes, a defesa quer tratar como ficção”, acrescentou.
“O PT não é um partido, é uma organização criminosa. […] Vocês [oposição] precisam lavar as bocarras com soda cáustica, são imorais, incompetentes, falsos moralistas, e acham que vão nos colocar contra a opinião pública. […] Quem é Temer mostra a cara e até tatua aqui no ombro”, desabafou Wladimir Costa (Solidariedade-PA).
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) pede novas eleições e comenta que “o presidente repete que a denúncia é fraca. Então vamos abrir o processo, ele tem advogado, se defende, tem como ir lá na Justiça fazer o contraponto. Mas para baixo do tapete, não. Não tem tanto tapete para tanta denúncia. Quem não deve não teme”.
“A questão que se põe para a população é de saber se no Brasil, tão afetado por uma continuidade de erros, seria possível apelar para paliativos embalados em grandes campanhas de publicidade”, reforçou Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
Weverton Rocha (PDT-MA) engrossou o coro: “90% do povo brasileiro não quer esse governo. Então, meus amigos que estão em dúvida: na dúvida, vamos votar a favor da investigação, e contra esse relatório”.
O parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ) afirma que “aqueles que defenderem o senhor Michel Temer vão estar sendo cúmplices da mala de dinheiro carregada pelo deputado Rocha Loures”.
Laerte Bessa (PR-DF) indagou: “Que crime Temer cometeu? Vocês leram a denúncia? Que dinheiro o Temer recebeu? Que dinheiro o Temer pediu?”.
Créditos: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados/Fotos Públicas
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Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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