Investigadores estudam efeitos negativos do aquecimento global no …
“As previsões indicam que, daqui a dez anos, os países nórdicos terão um clima excecional para o turismo e que, em Portugal, o clima já se estará mais quente e mais seco, como o de Marrocos, por exemplo”, indicou Isabel Freitas.
De acordo com a docente, isso poderá levar ao desaparecimento da paisagem da vinha tradicional, “um dos elementos mais atrativos que Portugal tem, com imenso potencial turístico”.
“Quando o enoturista procura uma região, procura pelo vinho, pela experiência e pelas emoções e grande parte dessas emoções estão centradas na paisagem, na cultura e na diversidade da intervenção humana sobre um território”, frisou.
A professora defende que as minhas, os ribeiros, os riachos e os rios devem ser salvaguardados, visto serem recursos “extremamente importantes” para manter a biodiversidade e a paisagem.
“É preciso ter cuidado porque se a água continua a desaparecer deixamos de ter uma paisagem atrativa, trabalhada pelo homem, como acontece no Douro, para termos apenas floresta”, notou.
De acordo com o investigador Gregory Gardner, da Universidade Estadual de Nova Iorque, outro dos responsáveis pelo projeto, na maior parte da Europa, “as alterações climáticas começaram a afetar a produção de vinho e o sabor do vinho. Em Espanha, por exemplo, já existem problemas a esse nível porque está muito quente para produzir”.
Segundo o especialista, no futuro será necessário “ensinar a uma nova geração de pessoas o que é o vinho do Porto, por exemplo, porque não será o mesmo dos tempos dos seus pais e dos seus avós”.