Dólar turismo é vendido a R$ 3,69 no Grande ABC – Diário do …

Nas casas de câmbio do Grande ABC, o dólar turismo, utilizado para quem vai viajar ao Exterior, é vendido em espécie entre R$ 3,42 e R$ 3,49, conforme pesquisa do Diário. Para cartões pré-pagos, a cotação varia de R$ 3,63 a R$ 3,69.

A moeda norte-americana na cotação para turismo é mais volátil do que para o comercial, utilizado por empresários para vender produtos ao Exterior ou importá-los. Por isso, quem pretende comprá-la precisa ficar atento. Para se ter ideia, o valor de venda ontem oscilou 5,1%, de R$ 3,31 a R$ 3,48. Já o comercial variou 1,02% ao longo do dia, entre R$ 3,26 e R$ 3,29. “Para quem tem viagem programada com prazo um pouco maior, como de seis meses, a sugestão é que se compre um pouco de dólar por semana. Assim, o cliente não fica tão sujeito à flutuação. Acabará tendo uma taxa média”, explica Marcelo Cambria, mestre em contabilidade e professor de finanças da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).

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Segundo o especialista, o dólar turismo tem volatilidade maior porque não é regulada na Bolsa de Valores. “A negociação dele não é centralizada. Assim, a prática de taxas diferentes ficam muito mais possíveis.” Por esse motivo, é comum encontrar cotações variadas em diferentes casas de câmbio.

Como o cenário não estimula muito o brasileiro a fazer viagens ao Exterior, devido ao dólar salgado, é possível negociar com as casas de câmbio. Quanto maior a quantidade, maior o poder de barganha.

A alta da moeda norte-americana para os turistas é influenciada pela elevação do dólar comercial, que ontem teve alta de 2,17% e chegou a R$ 3,29 para venda, o maior índice desde março. O aumento está relacionado à insegurança do mercado financeiro após o governo federal anunciar a redução na meta de superavit do setor público para este ano. Também ontem, a agência de classificação de risco Austin Rating rebaixou a nota de crédito do Brasil a longo prazo.

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2015 previa superavit primário de R$ 66,325 bilhões, o equivalente a 1,19% do PIB (Produto Interno Bruto). No fim da tarde de quarta-feira – após o fechamento do mercado do dia –, o Ministério do Planejamento anunciou que a meta foi reduzida em 86,8%, chegando a 8,747 bilhões (0,15% do PIB). A estimativa de resultado do governo central caiu de R$ 55,279 bilhões para R$ 5,831 bilhões. A previsão é de que o patamar de 2% do PIB – considerado pela Pasta como necessário para atenuar a subida da dívida bruta – seja atingido somente em 2018.

“A situação macroeconômica do País provoca o enfraquecimento do real, especialmente em razão do risco de perda de credibilidade por parte do investidor”, comenta Cambria. Em nota, a Austin Rating disse que rebaixou a classificação de risco do Brasil a longo prazo em escala global. “O rebaixamento do rating está fundamentado na acentuada e contínua piora dos resultados das contas públicas, com destaque para o baixo nível de superávit primário.” A expectativa é de que outras agências de maior relevância, como Fitch e Moody’s, também sigam essa tendência. E, com isso, o preço do dólar pode subir mais.