Você também tem medo de largar tudo para ir viajar?
Viajar o mundo é o sonho de muita gente e também é o meu. Aos 20, prometi a mim mesma que antes dos 25 anos eu já teria pisado em todos os continentes e essa promessa me perseguia todas as manhãs. Mas também, como a maioria das pessoas, tinha medo, até receio em viajar só – principalmente por ser mulher – e achava que era preciso muito dinheiro.
Enquanto pensava em tudo isso e ficava morrendo de vontade de estar pelo mundo assim como os perfis de mochileiros que eu acompanhava, acabei vivendo uma vida normal, me formei em marketing e trabalhei em agências de publicidades nos últimos cinco anos. Foi quando me encontrei em uma perfeita zona de conforto e percebi que estava me prendendo a coisas bobas de uma rotina que quando você se dá conta, já se passaram muitos anos e você não fez quase nada daquilo que sonhava.
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Maior do que o medo de me arriscar em uma viagem pelo mundo, era o medo de passar os anos e eu não ter nem tentado realizar esse sonho. Foi assim, que de alguma forma, a coragem para largar tudo e começar a aventura de viajar o mundo apareceu, brotou dentro de mim, com tanta certeza que eu mal sei explicar. Já não conseguia focar mais em nada que não fosse pensar nessa viagem, os lugares que queria conhecer, o que gostaria de fazer.
Assim, encontrei projetos inspiradores que me deram confiança para viajar sozinha, me mostraram que era possível viver isso com pouco dinheiro, que seria possível trabalhar em troca de hospedagem e alimentação, e até seria possível fazer uma grana pela viagem com uma série de trabalhos temporários. Lógico que economizei uma graninha para viajar, mas ela foi tão pouca que tem horas que nem eu acredito que cai no mundo dessa forma, mas o dinheiro a gente arruma, o que eu não podia perder era a coragem que me fez achar que tudo seria possível.
Mais do que viajar e colecionar países, eu gosto de viver as culturas, de conhecer a pessoas locais, de fazer amigos, de rotinas diferentes, e nessa, o Worldpackers veio para me proporcionar isso da melhor forma. Trabalhar em hostels além de ser uma experiência incrível de compartilhar tudo e privacidade zero, te permite conhecer a vida local ao mesmo tempo que te mantém em contato com gente do mundo inteiro. Todo o dia você vai conhecer ao menos uma pessoa que vai te inspirar ainda mais, por diversos motivos. Além de te mostrar lugares que até então você nunca nem tinha ouvido falar.
Foi assim que parei em Tomar, uma cidade linda a 135km de Lisboa. Onde tive a oportunidade de participar de um festival que só acontece de quatro em quatro anos, de ajudar a decorar todas as ruas da cidade com flores de papel, de ver da janela do meu quarto um Castelo Templário, de comer churrasco de Febra na rua feito pelos vizinhos, de almoçar em casa de família portuguesa, de fazer uma amiga que dirigiu comigo de norte a sul para me mostrar esse país lindo, de assistir a shows de bandas portuguesas de graça, de descobrir que brasileiros e portugueses tem muito mais em comum do que a gente pensa, de participar de um flashmob, almoçar em um restaurante medieval e andar na rua cumprimentando todo mundo porque depois de duas semanas, todo mundo já te conhecia.
Já são cinco meses desde que deixei o Brasil, mas parece que desde da minha primeira parada até hoje já se passaram um ano, a saudade de casa aperta as vezes, mas não mata. Agora, é atravessar a europa, de preferência pelo mediterrâneo, a maioria do trajeto será de carona, utilizarei o Worldpackers na Croácia e continuarei a viajar até dar vontade de voltar pra casa. Quando decidi cair no mundo disse que isso levaria dois anos, mas já descobri que não tenho uma data para terminar, meu roteiro eu vou construindo no caminho e se tudo seguir como no inicio volto para o Brasil com vários carimbos no passaporte e uma bagagem enorme na mente e no coração, porque coisa material, não pesa muito em uma mochila –e no caso, a minha se chama Beth– e a nossa históriae a gente compartilha Na Minha Mochila.
Relato enviado de algum lugar do mundo pela Worldpacker Bruna Pétalla