De barco pelo oeste paraense, entre os trançados de palha de tucumã
Por Stephanie Kim Abe, da Garupa
“Ô, vizinha, vem cá / Ajudar a palha a pintar / Crajiru, mangarataia, jenipapo / E depois da fervura lavar”. A cantiga, saída dos lábios de uma artesã da região de Santarém (PA), refaz o passo a passo da tintura artesanal da palha de tucumã –um dos atrativos para os turistas que chegam à região navegando o rio Arapiuns, no oeste paraense.
Sérgio Amaral/MTur
Essa técnica é passada de geração em geração de artesãos em comunidades ribeirinhas como Vila Gorete, Arimum, São Miguel, Urucurea e Vila Brasil. É das folhas do tucumã, tipo de palmeira bastante encontrado no norte do país, que eles extraem a fibra usada para trançar cestas, baús, mandalas, vasos, potes, colares e bolsas. As fibras podem ser tingidas com pigmentos naturais, por processo de fervura de plantas encontradas na Amazônia –daí o trecho da cantiga que cita crajiru, mangarataia e jenipapo, usados para dar cor e identidade aos produtos.
Sérgio Amaral/MTur
Para viajantes interessados em conhecer o trabalho desses artistas, já existiam roteiros organizados pela ONG Projeto Saúde Alegria. Agora, já é possível viajar em roteiros planejados pelos próprios, reunidos na Cooperativa de Turismo de Artesanato da Floresta (Turiarte). Criada em maio de 2015, a Turiarte é formada por oito comunidades do entorno do rio Arapiuns e busca promover a qualidade de vida no lugar por meio do turismo. De seus 70 sócios-fundadores, 54 são mulheres –o que reflete o protagonismo feminino nessa arte de tecer a palha e nessa forma de geração de renda complementar para as famílias.
Luca Vittorio Toffolon/Divulgação
Nos roteiros da Turiarte, com viagens de quatro ou cinco dias de barco, há oficina de artesanato com essas mulheres –para conhecer melhor e até arriscar alguns trançados– e muitas oportunidades para comprar os produtos. É que, além de atuar como operadora de viagem, a cooperativa comercializa os produtos dos associados pelo projeto Trama e Cores.
Luca Vittorio Toffolon/Divulgação
A experiência de conexão com essas pessoas vai além do conhecimento sobre a estética local: a hospedagem é feita em pousadas de base comunitária, o transporte, em barcos de linha, as refeições trazem sabores da culinária local e as paisagens oscilam entre praias desertas e vilas isoladas no meio da Floresta Amazônica. É ou não é de dar gosto poder levar pra casa, como lembrança dessa vigem, alguns suvenires de palha de tucumã?
Sérgio Amaral/MTur
Quem leva
A Turiarte também faz roteiros personalizados, que variam de acordo com a demanda do grupo e objetivo da viagem. Para mais informações e reservas, entre em contato com a equipe da cooperativa: turiarteamazonia.blogspot.com.br ou (93) 3067-8000.
Ponta Grande (Foto: Luca Vittorio Toffolon/Divulgação)
Foto: Sérgio Amaral/MTur
* A Garupa é o primeiro portal de crowdfunding do Brasil criado para financiar iniciativas de turismo sustentável: viagens que protegem a natureza, melhoram a qualidade de vida e a economia de destinos incríveis de norte a sul do país.
O crowdfunding é uma vaquinha online. Pela plataforma da Garupa você conhece projetos inspiradores que precisam de dinheiro para sair do papel. E pode doar qualquer valor pra eles. Em troca, ganha recompensas relacionadas àquela experiência turística sustentável que está ajudando –pode ser de uma receita típica, uma peça de artesanato ou até a viagem em si.
* A Garupa é o primeiro portal de crowdfunding do Brasil criado para financiar iniciativas de turismo sustentável: viagens que protegem a natureza, melhoram a qualidade de vida e a economia de destinos incríveis de norte a sul do país.
O crowdfunding é uma vaquinha online. Pelo plataforma da Garupa você conhece projetos inspiradores que precisam de dinheiro para sair do papel. E pode doar qualquer valor pra eles. Em troca, ganha recompensas relacionadas àquela experiência turística sustentável que está ajudando –pode ser de uma receita típica, uma peça de artesanato ou até a viagem em si.