Países do Leste Europeu são alternativas para viagem econômica

Economia é a palavra de ordem do momento. Mas, mesmo com a oscilação do dólar, que baliza a indústria do turismo, as viagens para o exterior seguem em ritmo elevado. Nesse cenário, e para fugir da zona do euro e da moeda americana, o Leste Europeu oferece uma grande vantagem em relação à Europa Ocidental.

A moeda local dos países que compõem essa região ainda é muito utilizada e presente no dia a dia, o que faz com que os custos da viagem sejam bem menores em comparação a outros destinos no continente. Com a exceção da Eslováquia, que aderiu ao euro, República Tcheca, Polônia, Hungria, Romênia e Bulgária são destinos que unem o objetivo de economizar com a oportunidade de conhecer uma outra Europa.

Hotéis na Hungria ou Romênia, por exemplo, podem custar até um terço do que custariam similares na França ou Inglaterra. Além disso, os valores de outros serviços, como restaurantes, são menores do que nos países mais a oeste, e também parecidos, ou até mais baratos, ao que custaria no Brasil. Ainda é possível viajar de trem entre os países, o que costuma ser barato e uma ótima opção de transporte nessa região.

A Europa Oriental reserva outros destinos econômicos, ainda menos explorados por brasileiros. Os países bálticos –Lituânia, Letônia e Estônia–, apesar de terem aderido ao euro, ainda apresentam valores acessíveis. Os Bálcãs, uma colcha de retalhos formada pelos países da antiga Iugoslávia, são, possivelmente, a região mais barata para o turista na Europa.

Os países do Leste Europeu são tema do box comemorativo do guia de viagem “O Viajante”. O material desvenda o melhor e oferece o mais completo acervo de informações sobre 50 países organizados em três volumes –Europa Mediterrânea, Norte da Europa e Europa Oriental.

A edição especial conta ainda com roteiros que se conectam entre todos os países e uma estrutura de mapas que auxiliam e muito os viajantes independentes.

O pessoal do O Viajante elaborou algumas dicas para viajar por seis países europeus sem se preocupar com o euro. Confira abaixo: 

Polônia

  • Eslováquia
  • Hungria
  • Romênia
  • Bulgária
  • República Tcheca

    ManuWe/iStock

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    A Charles Bridge, em Praga, capital da República Tcheca

    Tudo se combina, em charme e preço, para o viajante explorar o país: paisagens rurais e urbanas, facilidade para acomodações e transporte e bons restaurantes. A capital Praga, com sua ancestral ponte protegida por santos e o morro do castelo, é parada obrigatória, mas o interior também é imperdível.

    À oeste, na tradicional região da Boêmia, terra dos cristais e da cerveja, se encontra a popular cidade-spa Karlovy Vary (ou Carlsbad), onde os vizinhos ocidentais programam-se para passar as férias. Pilsen, local onde foi criado esse tipo de bebida cevada, agrada aos amantes da cerveja.

    Durante o inverno, o norte do país, próximo à Alemanha e à Polônia, oferece estações de esqui, como Spindleruv Mlyn, onde a prática do esporte tem baixo custo se comparado a outras estações.

    No sul, encontram-se preciosas joias como České Budějovice e, principalmente, Český Krumlov, que preserva sua fantástica atmosfera medieval.

    A Morávia, ao leste, tem como capital Brno, que soube conciliar um agradável centro histórico com uma boa vida cultural e noturna. Entrando mais no túnel do tempo, e à margem do turismo, apesar de tombada pela Unesco, está a pequenina Telč.

    Polônia

    puchan/iStock

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    Vista da região central de Cracóvia, no sul da Polônia

     

    Apesar da rápida integração ao capitalismo, a Polônia ainda oferece uma viagem bem mais em conta do que os países ocidentais. Muitas cidades foram construídas e reconstruídas, como a própria capital Varsóvia, imperdível por sua charmosa área antiga e pela impressionante história que carrega, e Gdańsk, na costa do mar Báltico, palco da invasão alemã que originou a 2ª Guerra.

    Para os amantes de esportes, Zakopane, na fronteira com a Eslováquia, é o paraíso dos praticantes de caminhadas, escaladas e esportes de inverno, com suas casinhas típicas encravadas nas Montanhas Tatra, onde está o pico mais alto do país. Outro destaque é a Cracóvia, cenário do filme “A Lista de Schindler”. A cidade é considerada uma das mais bonitas da Europa, aliando história, cristianismo, judaísmo e arte. É também vizinha do que foi considerado o maior horror testemunhado pela humanidade: o campo de concentração de Auschwitz –ainda que não seja uma visita propriamente bonita, tem importância histórica imensurável pela tragédia humana ocorrida no local.

    Eslováquia

    orava/iStock

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    O castelo de Spiš, um dos maiores castelos em ruínas da Europa Central

     

    Boa parte dos turistas –que não são tantos assim– conhecem apenas a capital da Eslováquia, Bratislava, que, embora simpática, não apresenta grandes atrações. As surpresas ficam no interior com as paisagens do Parque Nacional Slovenský, encravado no meio das montanhas, quase no centro do território; mais ao norte, já encostando nos Cárpatos, há os montes do Parque Mala Fatra. Também não dá para esquecer dos inúmeros castelos, como o belíssimo Bojnický Zámok, de estilo romântico, construído no século 12.

    Hungria

    maraguma/iStock

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    A praça dos Heróis, em Budapeste, capital da Hungria

     

    Fronteira de sete países, a Hungria ainda não teve todo o seu valor turístico reconhecido. Budapeste centraliza as atenções e merece ser tão visitada quanto Praga. A partir da capital, é fácil conhecer o interior, com passagens baratas e distâncias não muito grandes.

    Os destaques são Györ, uma charmosa cidade medieval, situada no encontro dos rios Mosoni, Raba e Danúbio; Eger, repleta de vestígios barrocos e rodeada por vinícolas; e Pécs, centro histórico que já foi dominado pelos celtas na antiguidade, por romanos e turcos, e ainda hoje preserva a maior mesquita do país, vários monumentos cristãos e uma grande sinagoga a praça central.

    Romênia

    bastan/iStock

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    O castelo de Bran, antiga residência do conde Vlad 3º, conhecido por empalar seus inimigos

    A capital, Bucareste, reúne uma instigante combinação de prédios que ora remetem aos anos de dominação soviética, ora à charmosa influência francesa. A região mais famosa é, sem dúvida, a Transilvânia, graças ao legendário Castelo do Conde Drácula, situado nos arredores da cidade medieval de Brașov.

    A região guarda ainda outros tesouros da Idade Média, como a elegante Sibiu, emoldurada pelos Cárpatos, a cidadela deSighişoara e os vilarejos de Biertan e Viscri.

    No oeste do país, Timișoara é um vibrante centro universitário,que ganhou notoriedade por sediar as primeiras manifestações contra Nicolae Ceaușescu, o ditador que governou o país com mão de ferro até a sua execução, em 1989.

    Bulgária

    Mixmike/iStock

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    A catedral ortodoxa de Alexandre Nevsky, em Sófia, capital da Bulgária

    Das praias às montanhas, a Bulgária tem seus pontos de interesse. A capital, Sófia, esbanja igrejas ortodoxas, ruas singulares e parques charmosos.

    O norte do país é marcado pelas planícies do rio Danúbio; o sul, por montanhas e planaltos; o leste, pelo Mar Negro, repleto cidades balneário, como a popular Varna. No inverno, as montanhas oferecem, além de bonitas paisagens de neve, distintas estações de esqui.

    Merecem destaquem a dinâmica cidade de Plovdiv, repleta de vestígios dos conquistadores romanos, bizantinos e otomanos –entre as quais se destaca um teatro do século 2–, e Veliko Tarnovo, antiga capital do Segundo Império Búlgaro.