AdegaMãe: Bacalhau e vinho


Fundada em meados da década de oitenta do século passado por João Alves, que lhe deu um nome inspirado no dos filhos Ricardo e Bernardo, a Riberalves rapidamente se tornou uma referência no setor do bacalhau. A empresa cresceu exponencialmente – produz 30 mil toneladas de bacalhau por ano, qualquer coisa como oito a dez por cento do total pescado em todo o mundo –, mas continua a ser 100% portuguesa, gerida pela família Alves: o casal João e Manuela e os filhos Ricardo e Bernardo. Além do bacalhau, esta família tinha outra paixão antiga: o vinho. Vai daí, em 2011 comprou a Quinta da Archeira, na sua região de origem, em Ventosa, Torres Vedras, onde criou um projeto vitivinícola e de enoturismo. Chama-se AdegaMãe, em homenagem à matriarca, Manuela Alves. Já se tornou uma referência no setor dos vinhos.

O objetivo declarado de “defesa da nobreza e da tradição do vinho” podia soar a falso, mas cumpriu-se: a adega é uma obra de arte, perfeitamente integrada na paisagem de vinhedos; a equipa de enologia junta um dos profissionais mais conceituados do País, Anselmo Mendes, como consultor, e um dos mais promissores da nova geração, Diogo Lopes; os vinhos distinguem-se pela qualidade, que é consistente; pela originalidade, que reflete as condições particulares da terra e do clima onde são criados; e pelo preço, que é justo. Dificilmente se encontram no mercado vinhos com tão boa relação entre a qualidade e o preço.

O portefólio é considerável: Pinta Negra, entrada de gama (Branco, Tinto e Rosé), a cerca de 3 euros; Dory, marca de referência (branco e tinto), de 4 a 5 euros; AdegaMãe Monocastas (Viosinho, Alvarinho, Chardonnay, Riesling, Viognier, Sauvignon Blanc, Touriga Nacional, Merlot, Petit Verdot, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon), de 8 a 9 euros; Dory Reserva, topo de gama (Tinto e Branco), de 12 a 13 euros. Destacamos o Dory Colheita Branco por ser a imagem da casa; o monocasta Viosinho por ser a casta que causou maior surpresa, inclusive aos enólogos, e o Dory Reserva Tinto por demonstrar que nesta região também há grandes tintos.

Dory Colheita Branco 2015 Resulta de um lote de quatro castas, Viosinho e Alvarinho, que têm um papel preponderante, e ainda Arinto e Viognier, que lhe dão uma bela cor citrina, um aroma fino com elegantes notas frutadas e algum mineral, e um paladar intenso e fresco, muito apelativo. Perfeito para acompanhar peixes, mariscos, saladas e pratos da cozinha japonesa. €4,50

AdegaMãe Viosinho 2015 Em duas palavras resume o enólogo Diogo Lopes o que pensa deste vinho: leveza e frescura. Muito bem, quer no aroma com ligeiro floral, quer no sabor equilibrado com boas notas de fruta de polpa branca, acidez viva e grande mineralidade, quer, ainda, no final, agradavelmente salino. Acompanha muito bem peixes grelhados e assados no forno, mariscos e sushi. €8,49

Dory Reserva Tinto 2012 Resulta de um lote em que predomina a casta Touriga Nacional, cuja qualidade foi excecional em 2012. Cor rubi profunda, aroma complexo com notas de frutos pretos, algum floral e especiarias, paladar elegante com taninos muito finos e estrutura harmoniosa, final longo e persistente. Perfeito para acompanhar assados e caça. €12