Agências de Viagens convencionais estão em alta
Muito se ouve falar sobre o fim das agências de viagens. A internet e a mobilidade deram um poder ao consumidor que antes ele não tinha. Informação sobre destinos, produtos e plataformas de vendas amigáveis fez com que o senso comum decretasse o fim das agências de viagens convencionais. A prática, no entanto, não é bem assim. Embora o setor tenha tido um impacto inicial com a chegada ao país de grandes OTAs, as agências estão mostrando estar cada vez mais fortes.
Estudo da American Society of Travel Agents apontou que 30% dos millenials nos EUA usaram o serviço de agentes de viagem pelo menos uma vez nos últimos 12 meses
A compra com um consultor, que pode dar mais informações sobre o destino e oferecer os produtos adequados a cada perfil, está longe de ser coisa do passado ou de consumidores conservadores. Os millenials, geração conhecida por estar próxima a tecnologia e com a necessidade de obter informações de forma imediata, estão optando pelas agências convencionais. Um estudo da American Society of Travel Agents surpreendeu quando apontou que 30% dos millenials nos EUA usaram o serviço de agentes de viagem pelo menos uma vez nos últimos 12 meses, e 45% indicariam esse serviço para um amigo. De acordo com o estudo, 69% dos entrevistados afirmam que o agente de viagens os ajudou a economizar tempo.
Diferente do que muitos imaginam, uma quantidade significativa dos jovens dessa geração está abrindo mão de planejar o roteiro por conta própria e optam cada vez mais por serviços de agentes de viagem. Esse mesmo tipo de comportamento tem sido observado também no Brasil. Apesar da pesquisa ter sido feita apenas nos Estados Unidos, Paulo Rezende, Country Manager da Amadeus no Brasil, diz que já é possível observar essa tendência entre os jovens brasileiros.
“Essa geração gosta de praticidade, agilidade e rapidez, e por isso muitos millenials brasileiros optam por contratarem agentes de viagem para ganhar mais tempo e a evitar erros desnecessários que atrapalhariam suas férias e passeios recreativos”, analisa Rezende.
Segundo Edmar Bull, presidente da Abav Nacional, a capacitação é o principal termômetro da profissão do agente de viagens. “É importante o agente estar preparada para atender as demandas do seu cliente, que hoje está mais exigente. Se utilizar das novas tecnologias é essencial”, diz. “Depois de um 2016 desafiador, mas positivo, o ano de 2017 deve ser de retomada. Com tantos feriados que temos, tenho certeza que fecharemos o ano com resultados positivos”, completa.
Segundo o executivo da Amadeus, as agências parceiras têm recebido uma crescente demanda de clientes com esse perfil, que pedem auxilio principalmente em roteiros menos habituais e personalizados. Porém, a agilidade das informações é prioridade para esse público, ainda que eles escolham comprar com um agente este deve estar preparado para atender a demanda com rapidez e eficiência.
Os dados da maior operadora do país, a CVC, também servem como parâmetro. No terceiro trimestre do ano passado, o balanço da empresa apontou um crescimento de 15% nas vendas feitas pelas agências multimarcas. Ao mesmo tempo, o segmento online registrou quedas consecutivas.
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Pra Magda Nassar, presidente da Braztoa, um dos motivos pela maior procura por agentes e não por OTAs pode estar diretamente ligada à especialização. “A cada dia os agentes se tornam mais consultores e especialistas em viagens. Além disso, o desafio da profissão é grande e reúne não somente a criação de uma viagem dos sonhos, ele também desempenha por muitas vezes o papel de médico e até psicólogo do seu cliente”, comenta.