Casa do Vinho Verde com projeto de enoturismo
A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes quer transformar o seu edifício-sede, o Palacete Silva Monteiro, na rua da Restauração, no Porto, num polo turístico da cidade, um espaço onde, durante todo o ano, e sem marcação prévia, os turistas poderão provar Vinho Verde ou visitar o museu interativo, de aromas e sabores, que aí vai ser instalado. Poderão, ainda, visitar gratuitamente os jardins da casa.
O projeto foi anunciado esta sexta-feira à noite pelo presidente da CVRVV, na gala anual do concurso ‘Os Melhores Verdes’. “Estamos a estudar, ainda, os números [de investimento], o projeto começa a ser construído no final deste e a expectativa é que seja aberto ao público em 2019”, explicou Manuel Pinheiro ao Dinheiro Vivo. A iniciativa vai obrigar a “obras de fundo” no palacete do século XIX, batizado de ‘A Casa do Vinho Verde’ desde que, em meados da década de 40 do século XX, passou a servir de sede à Comissão de Viticultura. Os serviços da CVRVV irão ser transferidos para o edifício ao lado.
No discurso da gala, em que foram conhecidos os cinco embaixadores da região no mundo, os vinhos premiados pelo júri internacional, Manuel Pinheiro lançou, ainda, um desafio aos produtores para que produzam “mais vinhos de castas” e às sub-regiões “para que se afirmem mais”, numa estratégia de “gerar valor”.
O percurso da última década permitiu ao Vinho Verde afirmar-se como uma “grande região” vitivinícola europeia, com mais de 60 milhões de euros exportados em 2017, diz Manuel Pinheiro, defendendo que é tempo de se afirmar, agora, “como uma grande região de vinhos de maior valor”.
Quinta de Linhares Azal 2017; Quinta da Raza Colheita Selecionada Avesso 2017; Quinta do Regueiro Primitivo Alvarinho 2015; Quinta do Regueiro Reserva Alvarinho 2017 e Casal de Ventozela Loureiro 2017 foram os favoritos do júri internacional, composto por convidados de nove países: James Tidwell (EUA), Steven Robinson (Canadá), Dirceu Vianna Jr. (Brasil), Takenori Beppu (Japão), Vladislav Markin (Rússia), Andrew Catchpole (Reino Unido), Peer F. Holm (Alemanha), Andreas Larsson (Suécia) e Manuel Moreira (Portugal).
Em prova na edição deste ano do concurso ‘Os Melhores Verdes’ estiveram 280 amostras, tendo sido atribuídas 14 medalhas de ouro e 13 medalhas de prata. “O concurso ‘Melhores Verdes’ é um acto de celebração da Região mas também uma ferramenta de promoção para enólogos e produtores que, a cada ano, procuram distinguir-se pela qualidade e ser escolhidos como embaixadores nos mercados externos. O “Best Of VinhoVerde” é, para a CVRVV, um motivo de orgulho e um forte portfólio para as acções que são desenvolvidas noutros países ao longo do ano”, sublinha a diretora de marketing da CVRVV, Carla Cunha.
Já Manuel Pinheiro destaca “uma crescente aposta na criação de valor e na distinção pela qualidade. As participações no Concurso registam um aumento a cada edição e isso é sinónimo de uma Região mais competitiva, orientada para o crescimento e para a presença em diferentes mercados. Estamos já em 107 países mas a trabalhar para chegar a mais mercados, com melhores vinhos e sempre sem esquecer este perfil único no Mundo, que faz do Vinho Verde uma referência”.