Chocolate mexicano: história e receita para adoçar a Páscoa

Alimento sagrado, o chocolate era tão essencial para a civilização maia, que só os deuses seriam capazes de guardar tamanho tesouro. Hoje, o prestígio continua pelas mãos de mestres chocolateiros e produtores comprometidos em manter alta a qualidade do fruto, dando continuidade à tradição mexicana para conquistar os paladares mais exigentes.

Por meio de uma produção artesanal altamente sofisticada, preocupada com a preservação da biodiversidade, o chocolate garante o status gourmet para oferecer um mix de sabores surpreendentes.

Uspn/Wikimedia Commons

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Templo de Kukulká, em Chichén Itzá

História

Tudo começou há 1.400 anos, em 600 d.C., na península de Yucatán, na região sul do México. Mesmo cultivado há séculos, o cacau somente se tornou sagrado e base da estrutura cultural de uma civilização pelas mãos dos maias.

O chocolate digno dos deuses, mais puro e de sabor sofisticado, foi protegido por Ixcacao(traduzido como Cacau Mulher), apresentada no mito da criação maia como deusa da terra, responsável por introduzir a agricultura em seu povo e assegurar que todos fossem alimentados, banindo a fome e garantindo toda a energia que precisavam para trabalhar e aproveitara vida.

Há também outra crença de que o cacau foi descoberto no exato momento em que o milho foi revelado ao povo maia, quando o deus K’awiiljogou um raio em uma montanha, dividindo-o em duas e revelando as duas plantas que cresciam dentro do solo.

Os mitos da criação maia falam ainda sobre a ascensão da classe dominante, com o início de uma era de dinastias e nobreza. Logo, as amêndoas se tornaram valiosíssimas e tinham peso de ouro. Um coelho era comprado com oito sementes e um escravo, com 100.

Hoje, não são mais os deuses os protetores do fruto de ouro, mas sim um grupo formado por 37 mil produtores dos estados de Tabasco, que possui a maior fatia da cultura (67%), seguido por Chiapas (32%), Oaxaca (1%) e Guerrero, que juntos chegaram à produção de 27.500 toneladas por ano, de acordo com a Fundación Cacao México.

A seguir, confira a sugestão de uma sobremesa diferente e de dar água na boca, assinada pela chef mexicana Betty Vásquez –destaque gastronômico da Riviera Nayarit e escritora de livros de culinária desde 1999: pastel de chocolate com molho de pimenta de árbol.

Pastel de chocolate com molho de pimenta de árbol

½ xícara de cacau em pó
1 colher de chá de baunilha
½ colher de chá de extrato de amêndoa
1 xícara de farinha
¼ de colher de chá de sal
¼ de colher de chá de bicarbonato
3 ovos inteiros
1 gema
4 claras em neve
2/3 de xícara de azeite de oliva
1/3 de xícara de chá de açúcar
¼ de colher de chá de pimenta de árbol em pó

Colocar todos os ingredientes secos em um recipiente (cacau, farinha, sal, bicarbonato, açúcar e pimenta) e misturá-los bem.

Adicionar lentamente os ingredientes líquidos, exceto as claras, até virar uma pasta homogênea.

Untar pequenas fôrmas e pré-aquecer o forno a 175ºC. Assar até que, ao espetar a massa com um palito de dente, o palito saia completamente seco.

Deixe esfriar.

Primeira Cobertura

100 gr de manteiga derretida
4 colheres de sopa de cacau
6 colheres de sopa de leite
1 colher de chá de baunilha
1 xícara de chá de açúcar

Adicionar lentamente a manteiga misturando aos outros ingredientes. Reservar.

Segunda Cobertura: Molho de pimenta

1 xícara de chá de leite
1 taça de nata
1 pitada de sal
1 colher de chá de pimenta de árbol
100 gr de chocolate em barra
1 colher de chá de mel
¼ de xícara de açúcar
4 gemas
1 colher de chá de baunilha

Ferver o leite junto com a nata, o sal e a pimenta. Com o leite ainda quente, jogue mel e as raspas ou pedaços do chocolate em barra, para que derreta. Quando formar uma mistura homogênea, adicionar o açúcar, as 4 gemas e a baunilha.

Montagem

Colocar a primeira cobertura sobre o pastel, esperar cinco minutos e colocar a segunda cobertura. Decorar o prato com pimenta, açúcar e um toque de verde de hierbabuena.