Colonia do Sacramento, pequena cidade, grande viagem
Texto e fotos: Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado
O coração histórico da graciosa vila de Colonia do Sacramento, no Uruguai, com apenas vinte quadras, deixa no viajante saborosas memórias. Basta pouco mais de meia hora de lancha do porto de Buenos Aires, cruzando o Rio de la Plata, para chegar em Colonia. O mítico rio com suas brilhantes águas prateadas, do latim argentum, argentina, deve seu nome aos objetos feitos em prata pura que os navegadores espanhóis ganharam dos indígenas que ali viviam. Hoje, de prata são as cinco medalhas que o Tannat uruguaio ganhou no último concurso anual de vinhos que aconteceu em Bruxelas.
A vila de Colonia do Sacramento, fundada em 1680 por colonizadores portugueses, foi destino também dos espanhóis, daí os vestígios na arquitetura, nas tradições e na gastronomia, desses dois povos que o visitante encontra passeando pelo sossegado vilarejo. Devagar, apreciando os detalhes, cada um fará suas próprias descobertas. Como deve ser.
Várias casas antigas foram transformadas em pousadas ou hotéis aconchegantes, galerias de arte, lojas com artesanato de vime, réplicas de azulejos portugueses, adegas e restaurantes. Na mesa reina soberana a carne do gado hereford, assada em braseiro de lenha bem ao estilo gaucho, além dos embutidos como salsicha, parrillera e a morcela ou os de sabor mais forte como riñones e a molleja. As carnes pedem o acompanhamento de um vinho encorpado como o tannat, uva originária da França, verdadeira surpresa para os enófilos. Porém, se a preferência for algo mais leve e refrescante, um medio y medio, invenção local que é uma mistura de vinho branco seco na mesma proporção de espumante doce, será uma escolha perfeita para as tardes ensolaradas.
Mas, há mais. Nas redondezas de Colonia pode-se passar o dia ou até mesmo se hospedar quer em um resort de luxo como o Four Seasons, quer em uma finca tradicional. A Narbona, um rincón de recuerdos como a definem seus donos, é uma fazenda de imigrantes italianos que trouxeram de Genova, Itália, a receita familiar dos queijos como o Grana, espécie de parmesão mais cremoso e fonte de aromas pungentes.
A sorte, ao final dessa viagem é que dá para rechear a mala com um pouco de cada sabor de Colonia. Assim, com essas gostosuras em casa, o viajante poderá espichar suas deliciosas lembranças.
Serviço:
Onde ficar:
Four Seasons Resort, estrada 21, km 262, Carmelo, Depto de Colonia, Uruguai, www.fourseasons.com/carmelo
Onde comer:
Finca Narbona, estrada 21, km 267, Carmelo, Uruguai, www.fincaygranjanarbona.com
Passeios:
As agências de turismo local oferecem um “Dia de Campo”, cujas atividades podem ser: cavalgadas, passeios de bicicleta ou de canoa (estilo canadense) pelo Rio de las Víboras, classes de mate, além de aulas de polo ou uma visita a renomada Bodega Irutia
Como chegar:
Do aeroporto de Carrasco na capital Montevidéu e duas horas de carro (180km) pela estrada 21 ou, do porto de Buenos Aires, Argentina, em lanchas ou ferries