Descubra Cabo Verde, o Havaí do Atlântico
Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado
Se você está em busca de aventura, bateu na porta certa. E de lambuja leva uma natureza extrema formada por praias varridas de ventos fortes, desertos, florestas tropicais, lagunas, crateras e vulcões. Assim é Cabo Verde, um arquipélago de dez ilhas, situado a três horas e meia de Recife, e onde o turismo se encontra em seus primórdios.
Esta é uma viagem para esportistas ávidos de novas paisagens, inusitados sabores, sons e cores. Cada uma de suas ilhas, criadas por erupções vulcânicas, tem um atrativo particular e distam quase sempre trinta minutos de voo, uma das outras. Todas são habitadas por um povo espontâneo e sorridente que fala criolo, mescla de português com dialetos africanos.
Bo ta falá português? Você fala português? É a primeira pergunta que ouvimos assim que desembarcarmos no arquipélago.
Se as ondas de Cabo Verde, principalmente as da Ilha do Sal, se gabam de serem tão boas quanto as do Pacífico, o arquipélago não é exclusivo dos surfistas. Outros esportes radicais como kitesurfing (o campeão mundial dessa categoria é cabo-verdiano), windsurfe (duas etapas do circuito internacional são realizadas no arquipélago), diving e também off-road, trazem à tona a adrenalina dos esportistas e amantes da natureza.
Desembarcarmos no aeroporto da Ilha do Sal, e seguimos para o povoado de Santa Maria, que constitui o mais importante centro de turismo esportivo cabo-verdiano. As primeiras imagens revelam uma cena incomum para os brasileiros: a falta do verde.
O azul forte do Atlântico contrasta com os tons terrosos da ilha sob um céu azul sem nuvens. De cores, só essas. Dali, cruzamos o deserto monocromático e depois de uma hora, alcançamos as Salinas de Pedra do Lume. A salitreira está no interior da cratera de um vulcão extinto, quase ao nível do mar. Por osmose as águas salgadas do oceano são transferidas para o interior da cratera, criando uma infinidade de pequenas lagoas de cores ambarinas. Com uma salinidade 26 vezes maior que a do mar, o máximo que conseguimos ali foi boiar como uma rolha.
Outro lugar especial é a Buracona. Uma piscina natural no oceano. Possivelmente em erupções passadas uma rocha fechou a passagem do mar, represando as águas translúcidas. Nadar ali ao lado da fúria das ondas do oceano que rebentam com grande alarde é também singular privilégio. Outra prática que os viajantes curtem é o diving nos bancos de corais que circundam boa parte da ilha.
Há lugares que despertam amor à primeira vista. Alguns utilizam artifícios caros e efeitos mirabolantes. Outros seduzem com quase nada. O arquipélago de Cabo Verde, no Oceano Atlântico, é um desses. Belo na simplicidade.
Uma curiosidade sobre Cabo Verde vale a pena contar: as ilhas são ponto de encontro de diferentes ventos provenientes da savana africana. Ali se cruzam criando redemoinhos que por sua vez se transformarão nos assustadores furacões que se abatem sobre o Caribe e a América do Norte.
Quem leva: A TACV, Cabo Verde – Airlines, www.flytacv.com com voos às sextas de Recife e Fortaleza, e a partir de 20 de novembro, de Natal.