Economia digital girou US$ 195 bilhões na AL em oito anos
Convergência Digital
Luís Osvaldo Grossmann* – 29/10/2015
A queda nos preços de serviços e equipamentos ajudou os países da América Latina a dobrarem o número de usuários da internet entre 2006 e 2013, aponta um estudo da Cepal divulgado durante o Futurecom 2015. Na região como um todo, 47% da população está conectada à rede mundial atualmente.
O estudo Ecossistema e a Economia Digital na América Latina mostra ainda que o setor de telecomunicações foi responsável pela criação de 900 mil empregos por ano e gerou receitas de US$ 195 bilhões na América Latina – o equivalente a 4,3% do crescimento acumulado do PIB.
Esse trabalho demonstra, porém, que o crescimento de serviços e aplicativos locais não ocorreu na mesma proporção. Dos 100 sites mais visitados, apenas 26 são locais, e 63% do tráfego é internacional, principalmente em direção aos EUA, onde estão sediadas as principais empresas da economia digital.
A pesquisa, elaborada pelo argentino Raúl Katz, diretor de Pesquisa de Negócios Estratégicos da Columbia Business School, mostra que as operadoras geram praticamente dois de cada três empregos e contribuem com três vezes mais impostos – em termos percentuais – do que os outros atores do ecossistema.
O trabalho apresenta recomendações baseadas em oficinas realizadas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru com mais de 180 líderes de opinião da academia e do setor governamental, empreendedores, empresas de telecomunicações e empresas da internet.
Entre elas, a necessidade de uma política industrial para o setor digital que garanta maior eficiência na alocação de recursos públicos. Segundo Katz, isso exige uma agenda nacional estratégica, com objetivos de longo prazo, que unam governos e setor privado, focados em eliminar as lacunas digitais na região.
A pesquisa destaca que há necessidade de que seja acelerada a disponibilização de espectro às operadoras por conta do crescimento exponencial do tráfego de dados em função do aumento do número de usuários e da chegada de novas tecnologias, como a Internet das Coisas.
Além do Cepal, o estudo de Raúl Katz também teve o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Centro de Estudos de Telecomunicações da América Latina (cet.la) e da Fundación Telefônica.
*Com informações da Telefônica Brasil
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