Encanto selvagem da 2ª maior catarata do Brasil
Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado
Heitor e Silvia Reali
O Amapá ainda precisa ser apresentado aos brasileiros. Que tal começar navegando para alcançar as cachoeiras de Santo Antônio, o segundo maior conjunto de quedas d’água do Brasil, depois de Iguaçu? E o melhor de tudo foi a sensação de liberdade, sem passarelas, sem bilhete de embarque, sem filas, só nós e a extensão das águas.
Apesar de ainda fora da estante de muitos aventureiros, o estado do Amapá cativa o viajante audacioso com belezas naturais que são pura adrenalina. Para citar apenas uma: as cataratas de Santo Antônio, localizadas a 223 quilômetros ao sul de Macapá, no município de Laranjal do Jarí. As quedas d’água formam num semicírculo de 24 cachoeiras, consideradas as mais belas da Amazônia e a segunda do Brasil em extensão. Possui paredões de 30 metros de altura e mesmo com a força de suas águas é possível chegar de barco bem próximo delas.
Na estrada ora larga e segura, ora apenas uma trilha sombria, e sem tempo para chegarmos em Laranjal, cruzamos povoados, serpenteamos rios e castanhais, atolamos em dia ensolarado em lamaçais perpétuos, e em pleno meio-dia sentimos a escuridão do interior da floresta.
Conhecemos pescadores de peixes ornamentais que se gabam existir ali mais de 2.000 variedades, alguns deles podem ser vendidos a R$ 70 a unidade. Provamos o fruto camu-camu que dizem ter 100 vezes mais vitamina C que a acerola, e no mesmo dia vimos a força da natureza ser regida por fortes tempestades.
De Laranjal alugamos um barco e percorremos por quase uma hora o rio Jari até alcançarmos as cachoeiras. A visão nos trouxe a imagem de chegarmos num mundo perdido. Naquele mundão de águas só nós e o barqueiro. Ninguém mais. Ficamos ali por mais de três horas explorando os meandros e grutas formadas pelas cachoeiras. O som, alternava de acordo com o vento e com a altura das quedas d’água.
No retorno, de repente uma surpresa e a constatação que a geografia e a história da Amazônia são mais reais do que imaginárias: encontramos um cemitério de expedicionários nazistas que ali morreram em 1937. A prova são as suásticas entalhadas nas cruzes. O que eles faziam no meio da nossa selva?
Enfim se você é um viajante impetuoso sabe o que faz um roteiro valer a pena. No Amapá há dois níveis de aventura em um itinerário: o visível que nos desafia diante dos olhos, e o desconhecido –a verdadeira aventura. Estes dois ingredientes nos acompanharam o tempo todo na viagem pelo Amapá.
Quer mais apresentações do Amapá? Cerca de 95% de sua área é preservada e desta mais de 55 % é protegida por unidades de conservação de diversos tipos. Doze delas, com 10 milhões de hectares, uma área do tamanho de Portugal, formam o Corredor de Biodiversidade do Amapá, um grande mosaico de diferentes classes de vegetação. Nele está incluído o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com 3,8 milhões de hectares, o maior parque de floresta tropical do mundo.
Quem te ajuda para uma viagem até as cataratas
Cupuaçu Turismo: www.gilsontorres.wix.com/cupuacuturismo ou tel.: (96) 8111-1561.