Ensinando inglês como voluntário na Tailândia
Mesmo para quem mora em metrópoles enormes, como São Paulo, dificilmente vai viver um amor à primeira vista ao conhecer Bangcoc, a capital da Tailândia. São muitos carros (e trânsito de mão-inglesa), centenas de pessoas em cada esquina, milhares de motos e táxis indo e vindo de qualquer direção, milhões de fios elétricos de poste em poste, tanto nas ruazinhas como nas avenidas.
Somando tudo isso ao calor de fritar ovo no asfalto, pode-se dizer que Bangcoc se move em alta voltagem. E se você não tiver a chance de conhecê-la melhor, passando mais do que algumas horas na cidade, fatalmente vai odiá-la. Não foi o que aconteceu comigo, felizmente. E meu encanto por Bangcoc hoje existe muito graças ao tipo de experiência inédita que vivi por lá durante pouco mais de duas semanas.
Imagine o desafio: ser voluntário ensinando inglês para cerca de 30 crianças com idade entre 3 e 4 anos, sem nunca ter tido qualquer treinamento na área. Eles muito pequenos e brincalhões, eu sem saber uma palavra de tailandês. Alguns podem até dizer que, nesta idade, criança aprende com muita facilidade, mas vai tentar atrair a atenção de uma turma inteira cheia de energia para gastar. É preciso muita criatividade.
Com as aulas acontecendo pela manhã, funcionava basicamente assim: como são crianças muito pequenas, em seu primeiro contato com a língua inglesa, as tarefas em sala basicamente se resumiam em ensinar cores, números, o alfabeto, partes do corpo humano, nomes de animais, objetos e frutas.
Qualquer tentativa de passar algo mais complexo corria o risco de deixá-las ainda mais confusas. Por isso aprendi que, com crianças tão novas, diversão na hora de ensinar é fundamental. Tentei de tudo: desenhos no quadro, associação entre diferentes imagens, vídeos no iPad e muita música. Já que os assuntos se repetiam com frequência, qualquer atividade fora do comum funcionava bem para prender a atenção dos pequenos alunos.
No final do dia, também como parte das minhas atribuições como professor, me juntava aos garotos mais velhos que moram próximo à escola para fazer o que eles mais gostam: jogar futebol. Por mais simples que possa ser, foi incrível perceber como uma simples recreação é capaz de nos aproximar da turma da bola. Todos vinham perguntar de onde eu sou e ficavam felizes em ouvir “Brasil”.
Para quem procura uma experiência parecida é só acessar o site do Worldpackers, uma plataforma incrível criada por brasileiros e que ajuda viajantes a trocarem habilidades por acomodação em vários lugares do mundo. Basta fazer um cadastro no site e você já tem acesso aos “hosts”, como são chamadas as opções de hospedagem, que podem ser dos mais variados tipos: desde albergues até escolas, que no meu caso foi a Thong Tos Foundation.
O mais legal é que, além de não pagar nada pela hospedagem (no máximo uma taxa única cobrada pelo site no momento em que se confirma a viagem), o voluntário será exigido para trabalhar por apenas algumas horas diárias. Isso permite explorar bastante a cidade e aprender muito sobre a cultura, as tradições e os valores locais.
Em Bangkok, por exemplo, eu tinha a parte da tarde para explorar a cidade, visitar incríveis templos, mercados dos mais diferentes tipos, experimentar a comida local e conviver com pessoas sempre dispostas a te ajudar. Mesmo tímidos no início, não demorava muito para vê-los sorrindo. Não é por acaso que a Tailândia é conhecida como a Terra dos Sorrisos.
Se você tiver qualquer dúvida sobre o programa, sobre a minha experiência ou sobre Bangkok é só me enviar uma mensagem ou comentar aqui embaixo. Vai ser um prazer ajudá-lo a também viver essa experiência.
Relato do Worldpacker Daniel Gois