Labirinto de mármore sobre as águas na Patagônia chilena
Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado
Esculpida durante milhões de anos pela água e pelo vento, a Catedral de Mármore, no Lago General Carrera, na Patagônia chilena, é uma inigualável obra de arte, rara união de grafismos, texturas, formas, e cores. E, mais o som da água batendo nas rochas embala a visão. Os furos e labirintos em seu interior fazem o local ainda mais belo e misterioso. Em dias de luz excepcional e com as águas muito tranquilas, pode-se ver ainda as diferentes formações submersas. Arrebata. Diante daquele mármore, penso que o genial Michelangelo surtaria.
O espetáculo muda à medida que o barco circula pelas formações labirínticas. Veem-se túneis sem saída, abóbodas de arabescos, passagens em ziguezague, colunas contorcidas, espaços que por vezes mostram acabamento liso e polido, e outros ásperos como se fossem talhados a golpes de machado. Dependendo da incidência, a luz arquiteta um cenário de castelo de fábula surreal, ou cria um efeito fantasmagórico.
A região chilena de Aysén nos despertou um universo de sensações, proporcionando-nos descobertas quase tão únicas quanto a Amazônia. Ambas abrigam as maiores reservas de água doce do planeta. As águas da Patagônia têm os mais límpidos e cintilantes tons de azul: são as águas dos profundos fiordes, as águas dos castores que com seus diques feitos de troncos represam rios e secam florestas inteiras; águas geladas e próprias para a criação da truta arco-íris; águas que revelam o maior depósito marmóreo do mundo e que traz à tona essa fantástica obra da natureza.
Como chegar
Para chegar às cavernas é preciso voar de Santiago à Balmaceda, depois são 250 quilômetros pela Carretera Austral até Porto Tranquilo, de onde se segue de barco até às cavernas. O melhor período para visitar o local é de novembro a abril.
Onde ficar: Hotel Loberias del Sur
Quem leva: www.tehuelchepatagoniatour.cl