Pequenos negócios devem apostar em nichos, diz Sebrae

Em tempos de crise, vale a pena o profissional de turismo investir em um negócio? De acordo com o presidente do Sebrae e ex-ministro do Turismo, Luiz Barretto, os empreendimentos são gerados cada vez mais por oportunidade do que por necessidade. Pensando nisso, a entidade lançou na manhã de hoje o Movimento Compre do Pequeno Negócio, em que mobilizará o País inteiro a compreender e consumir mais o que a cadeia produtiva tem a oferecer.

Com apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Movimento Compre do Pequeno Negócio tem como dia oficial 5 de outubro. Até esta data simbólica, o Sebrae mobilizará uma série de capacitações ao redor do Brasil, com expectativa de atender 300 mil empreendedores entre 21 e 26 de setembro, com seminários, cursos presenciais e a distância, caravanas, entre outros. “Não queremos falar apenas com dez milhões de empreendedores, e sim com a sociedade como um todo”, salientou Barretto.

À frente do Ministério do Turismo entre 2008 e 2010, Barretto vê no turismo uma fonte de inovação em negócios, ainda que considere 2015 um ano de “cautela necessária”. “Eu aposto cada vez mais nos nichos de mercado. O empresário deve segmentar e customizar seus produtos para entregar ao cliente. Temos de enxergar c a demanda”, disse ele. “Por exemplo, se eu tenho a opção de me hospedar em uma pousada com ideias sustentáveis e um hotel tradicional, é claro que eu opto pelo primeiro”, exemplificou.

Ainda segundo ele, o turismo doméstico tem de ser olhado com mais atenção pelos pequenos empreendedores. “O brasileiro passou a ter o hábito de viagem. Com a alta do dólar, viajar pelo País ficou mais atrativo”, comentou. “Nós oferecemos capacitações a esses profissionais mostrando a eles como criar as melhores opções, como roteiros integrados com cidades históricas.”

GRANDES REPRESENTANTES
Segundo dados do Sebrae, o número de microempreendores individuais, micro e pequenas empresas é de dez milhões. Mais de 95% dos negócios do País são representados por esta atividade, que corresponde a 52% da criação de empregos formais com 17 milhões de vagas com carteira assinada. Ainda, os pequenos negócios representam mais de um quarto do Produto Interno Bruto do País, com 27%. “A partir de 6 de outubro, já vamos pensar em atividades para o próximo ano”, concluiu Barretto.