RETROSPECTIVA: relembre os fatos que marcaram o Turismo em 2017
Fusões, aquisições, crescimento, falência, mudanças, retornos, investimentos e cancelamentos. Em um cenário de recuperação da confiança, o ano de 2017 se destacou por grandes negócios e cifras envolvendo grandes players do mercado. No Brasil, entre idas e vindas o saldo foi positivo para o setor, que acumulou pequenas vitórias e assistiu algumas chegadas importantes. Há que aponte que foi o ano de se profissionalizar para retomar o crescimento.
Agências e Operadoras
Se o ano foi marcado por grandes aquisições, a CVC é uma das grandes responsáveis por isso. Em um período de menos de oito meses, a operadora adquiriu o Grupo Trend, por R$258 milhões e a Visual Turismo, por R$85 milhões. Totalizando cinco aquisições em dois anos o grupo virou CVC Corp, holding responsável por controlar Rextur Advance, Trend, Experimento Intercâmbio, Visual Turismo e Submarino Viagens além da CVC.
Se por um lado os negócios decolam, por outro tivemos o último capítulo de um fim anunciado. Em outubro, a justiça de São Paulo decretou oficialmente a falência da Nascimento Turismo. Em entrevista ao ME, o criador da operadora falou sobre descontrole financeiro, erro de gestão e falta de apoio ao setor.
Cruzeiros
Nos mares as notícias não foram muito boas para o Brasil. O país registrou a sua pior temporada teve a pior temporada de cruzeiros dos últimos dez anos. No entanto o horizonte para 2017/2018, aponta para uma curva ascendente, de acordo com a Clia Brasil. De ponto positivo, o país ganhou duas novas escolas, Balneário Camboriú e Porto Belo.
No âmbito internacional o destaque ficou com a MSC Cruzeiros, que deu os dois primeiros passos em seu bilionário plano de expansão com a inauguração do MSC Meraviglia e do MSC Seaside. Os dois foram os primeiros de doze que serão entregues até 2026, totalizando um investimento de 10,5 bilhões de euros. O próximo navio da série, o MSC Seaview será inaugurado já no ano que vem e virá ao Brasil na temporada de cruzeiros em novembro de 2018.
Parques
Em Orlando as inaugurações também chamaram atenção. A Universal inaugurou o Volcano Bay, primeiro parque aquático da marca. Com 18 atrações tem mais de 100m² e um inovador sistema de fila virtual organizado pela pulseira à prova d’água Tapu Tapu. O dispositivo dá total liberdade os visitantes que não precisam ficar horas na fila para curtir os brinquedos.
Já na Disney o destaque ficou pela nova atração do Animal Kingdom: Pandora – The World of Avatar. A nova área de apresentou duas atrações. O Avatar Flight of Passage, que vem sendo considerado o melhor simulador de Olando, e o Na’vi River Journey, uma opção para todos da família navegar em um misterioso rio sagrado.
No Seaworld a atração ficou por conta da reabertura da montanha russa Kraken, que agora se chama Kraken Unleashed: Virtual Reality Experience. Reformulada, se transformou na primeira montanha-russa com realidade virtual da Flórida.
Entidades
O ano começou com um baixa no mercado de feiras e eventos. Em fevereiro, a Aviesp pegou o trade de surpresa e anunciou o cancelamento da 40ª AVIESP: Expo de Negócios em Turismo. O motivo alegado foi o atual cenário econômico do Brasil e a realização simultânea de vários eventos para o trade turístico, o que pulveriza a participação dos agentes de viagens. Vale lembrar que a feira aconteceria simultaneamente ao Encontro Ancoradouro.
Já a Abav Expo superou expectativas e registrou mais de 23 mil inscritos, sendo 20.186 visitantes e 3.100 expositores. Somente na Vila do Saber foram 6.152 inscritos. Serão mais de R$16 milhões em negócios gerados até o ano que vem. O ano da entidade ainda foi marcado pelo Senso Big Data, que castrou agências de viagens associadas para criar um banco de dados do setor.
Mas a feira ficou em segundo plano no ano da Abav. Apesar do clamor de associados, Edmar Bull anunciou no último dia de feira que não concorreria a reeleição. Sob a gestão de Edmar Bull, o mercado reconhece que a entidade se profissionalizou e ganhou um novo gás na realização da Abav Expo, que mesmo mais enxuta em relação a anos anteriores, se mostrou mais profissional e efetiva.
E com a mudança anunciada, a Abav conheceu seu novo presidente em dezembro. Carlos Palmeira, diretor da System Tours, de Alagoas, foi eleito em chapa única tendo Magda Nassar como vice.
Locadoras
Nas locadoras as notícias também ficaram por conta das aquisições. Anunciada em dezembro d e2016, a compra da Hertz Brasil foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em junho e fez da Localiza a maior empresa do segmento no Brasil.
Na última quinta-feira (28) outro negócio movimentou o setor. Locamerica e Unidas anunciaram a fusão entre as empresas. Pelo acordo, a Locamerica pagará R$398 milhões por 40,3% das ações da Unidas. Com a fusão a Locamerica-Unidas se tornará a segunda maior empresa do segmento no Brasil, ultrapassando a Movida.
Política
Um dos assuntos mais comentados no Turismo foi a transformação da Embratur em agência de promoção. A medida, que contou com o apoio do presidente Michel Temer, no entanto, travou no Congresso Nacional em meio a votações de denúncias contra Temer e reformas trabalhista, política e da previdência, que despontaram com prioridades no perlamento.
Mas houve avanços. Com Marx Beltrão á frente do Ministério do Turismo foi lançado o Plano Brasil + Turismo, com o objetivo de aumentar o fluxo doméstico e internacional de turistas por meio de medidas que modernizam a legislação, estimulam a geração de empregos e tornam a venda de produtos e serviços mais competitiva. Uma das medidas que avançou neste sentido foi a concessão de visto eletrônico para cidadãos de Austrália, Canadá, EUA e Japão. O programa passou a valer em novembro.
Aviação
Para encerrar, a área que talvez tenha gerado mais assuntos em 2017 dentro do turismo. O ano já começou movimentado para a aviação, com a implantação das novas regras da aviação. Entre liminares na justiça e recursos, a cobrança pelo despacho de bagagens entrou em vigor definitivamente no mês de maio.
As quatro áreas brasileiras também contaram com novidades. Em março, a Latam iniciou uma reestruturação interna. Jerome Cadier se tornou o novo CEO da Latam Airlines Brasil, substituindo Claudia Sender. A executiva, por sua vez assumiu a vice-presidência Sênior de Clientes do Grupo e acumulará a presidência da Latam Brasil.
Na Gol a grande mudança veio em setembro. Juntamente com Air France e KLM a aérea anunciou o Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, como o novo hub internacional das três companhias. As operações começarão em maio de 2018 com cinco voos semanais, sendo três da KLM para Amsterdã e dois da Air France para Paris. Com isso, a aérea brasileira aumentará em 35% a oferta no terminal.
Na Avianca Brasil o destaque ficou por conta do início da operação de voos internacionais. A novidade foi coroada com o primeiro voo São Paulo-Nova York em novembro.
Mas a grande notícia dentro das aéreas brasileiras foi a abertura de capital da Azul (IPO), que arrecadou R$2 bilhões com papéis vendidos a R$21.
O ano ainda foi marcado também pela chegada de um gigante. O A380 da Emirates ganhou o céus brasileiros. O Aeroporto de Guarulhos passou a receber um voo diário da Emirates entre São Paulo e Dubai com o A380, representando um aumento de 38% na oferta.