Rota da Uva: legítimo turismo rural bem perto da capital paulista

Com uma viagem de menos de 1h do centro de São Paulo chega-se à Jundiaí, mais especificamente aos bairros Caxambu, Toca, Colônia e Roseira, que compõe o roteiro turístico chamado Rota da Uva.

Com grande influência italiana, a região é uma mistura de cheiros, sabores e paisagens. Você consegue sair de um lugar totalmente urbano para uma região agrícola em menos de 10 minutos.  

“Hoje os filhos ou netos daqueles que chegaram ao Brasil, ainda tentam manter as tradições aprendidas com seus pais e avós, transformando Jundiaí em um grande complexo turístico rico gastronomicamente”, explica Paulo Brunholi, presidente da Associação da Rota da Uva. “A proposta do passeio é mostrar a cultura local e tentar manter as tradições e a história da imigração italiana na cidade”, comenta.

A Rota da Uva existe há dois anos e é formada por mais de 27 estabelecimentos, como sítios, restaurantes e lojas. Para conhece, o visitante pode ir por conta própria ou realizar um tour guiado pela simpática Mary Bueno, coordenadora da Associação.

Mary Bueno, Coordenadora da Associação da Rota da Uva

Esses passeios guiados acontecem aos primeiros, terceiros e quartos sábados de todo mês, saindo da estação ferroviária de Jundiaí, por volta das 10h30 e custa R$25.

O passeio é feito neste ônibus “turístico” 

Como não é possível conhecer todos os pontos participantes da rota, seja em um dia ou no final de semana, segue a nossa sugestão de lugares:

Beraldo di Cale

Ariana Sgarione (esquerda) e Solange Sgarione (direita), mãe e filha que comandam a Adega e Restaurante Beraldo di Cale

São 10 restaurantes que o turista pode visitar e se deliciar com muita fartura, e bota fartura nisso. Para o almoço, a Adega e Restaurante Beraldo di Cale é a nossa sugestão, onde é possível conhecer o vinho da casa, conhecer uma autêntica massa fresca italiana e também aproveitar o local que é simplesmente maravilhoso. Antes do almoço, sugerimos degustar a Mexeriquinha, cachaça da casa com um leve sabor da fruta que leva o nome, para abrir o apetite.

Vendinha do Alto

Um dos lugares mais acolhedores da Rota 

A Vendinha do Alto, também é um restaurante de origem italiana, mas passar a tarde lá é uma boa opção. O ambiente é bem caseiro e as funcionárias fazem com que você se sinta em casa, principalmente pelo carinho e capricho. Não deixe de experimentar o pão caseiro de torresmo, iguaria típica da região.

Não deixe de experimentar o famoso pão de torresmo

Villa Brunholi

Começar o dia com o café colonial do complexo turístico e gastronômico Villa Brunholi é imperdível. São três mesas fartas de comidas, entre doces e salgados, pães e bolos, sucos, café, chocolate quente. Dentre os mais de 80 itens, o pudim de uva com queijo mascarpone, premiado no Festival de Sabores de São Paulo em 2016, não pode deixar de faltar. O café colonial é servido aos sábados e domingos.

Adega Maziero

A Adega Maziero é um ponto especial para os religiosos. O vinho rosé suave produzido pela adega foi escolhido para a celebração das missas realizadas pelos dois últimos papas que visitaram o Brasil, Bento XVI e Francisco.

Clemente Maziero, proprietário da Adega, segurando o “vinho do papa”

 A seleção do vinho foi realizada por membros da organização brasileira que escolheram vinhos de 23 lugares diferentes, destes, 3 foram selecionados e levados ao Papa, para que ele escolhesse o melhor.

Adega do Português

Na adega do português, a única da região que não tem origem italiana, os homens não têm vez. O sítio e a adega estão sob o comando gentil da Angela Moniz e suas ajudantes Marissol Oliveira e Lilian Pezzoti. Os pais da Angela vieram de Portugal e partiram do mesmo princípio dos vizinhos italianos e seguiram no cultivo de uva e produção de vinho.

As mulheres da Adega do Português

Hortifruti Miossi

Na Rota da Uva nem tudo é sobre comer e provar vinhos, os visitantes podem conhecer o hortifruti da família Miossi. Alface, rúcula, couve, salsinha, espinafre são cultivadas lá e sem adição de agrotóxicos. Se quiser adquirir algumas hortaliças, é só colher diretamente da plantação.

Kioske Roseira

Coxinha de queijo: Patrimônio Imaterial de Jundiaí

Lá é onde se pode experimentar a tradicional coxinha de queijo da cidade. Não é bolinha de queijo, para os jundiaienses é coxinha de queijo, inclusive, a iguaria foi tombada como Patrimônio Imaterial de Jundiaí. As coxinhas mesmo que se chamem no diminutivo, são bem grandes, então é importante visitar o quiosque de barriga vazia. Comer o salgado junto com o delicioso suco natural de uva é uma excelente combinação.


Jornalista apaixonada por livros, comida e viagens