Telefônica apoia compartilhamento, mas roaming nacional só com …

As polêmicas em torno do compartilhamento de infraestrutura ganharam novos contornos durante a edição deste ano da Futurecom. E o vilão da vez é o roaming nacional.

Durante sua apresentação, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, disse que a agência está estimulando as operadoras a um projeto de compartilhamento de infraestrutura na forma de roaming nas cidades em que existe apenas uma operadora móvel. Essa realidade está reestrita a 3% da população. “No momento as quatro maiores operadoras de celular estão realizando um projeto piloto de liberação de roaming de voz e dados entre 35 municípios, visando uso eficiente mesmo que só haja a cobertura de uma operadora. Isso acontece em pequenos municípios, mas há um problema de serviço. Por isso estamos estimulando o uso. Cerca de 3% da população só tem uma operadora, e 11% só tem duas. A ampla competição é de 86%”, disse Quadros, ressaltando que as empresas precisam chegar a um entendimento comercial.

O presidente da Telefônica foi especialmente reticente a essa iniciativa. “É válido e importante, mas tem que ser feito com acordos equilibrados. Não é justo que uma empresa que investiu muito mais do que a outra seja prejudicada. Discutimos isso na questão do roaming. Defendemos o compartilhamento desde que não mude a dinâmica competitiva. Pode até fazer com um pequeno, mas entre os grandes tem que ser sempre simétrico, com quantidades iguais”, disse Navarro. “O que eu não acho razoável é compartilhar com outras empresas de maneira assimétrica. Isso desincentiva o investimento em expansão. Fora isso, estamos muito abertos a compartilhar. Queremos discutir a questão do roaming, mas de forma balanceada”.
Navarro disse que a empresa tem e busca acordos de compartilhamento de espectro e que esta postura não mudou.

Compartilhamento para IoT

O conselheiro da Anatel, Aníbal Diniz, considera que é fundamental o “compartilhamento de máximo de infraestrutura”, especialmente para o cenário de Internet das Coisas. “Ninguém terá condição de bancar se não for por parceria”, avalia, citando a execução do Plano Estrutural de Rede de Telecomunicações (PERT), que procura fazer o diagnóstico de infraestrutura do País e propõe políticas públicas apontando para possíveis fontes de financiamento. A proposta deverá ser apresentada até o final deste ano ou início de 2018. Ele sugere ainda uma entidade administradora de fundos setoriais, nos moldes da EAD (entidade da digitalização da TV), para apoiar os investimentos privados.