O presidente da Cmara de Coimbra, Manuel Machado, defendeu hoje que o turismo, no sendo “frmula mgica” ou “soluo para todos os males”, “um caminho promissor” para a cidade e para a regio Centro.
O turismo “não é uma fórmula mágica ou a solução para todos os males”, mas é, “sem dúvida, um caminho promissor” para Coimbra e para a região Centro, tanto pela “geração de riqueza económica”, como pela promoção de “riqueza socialmente útil, através do seu contributo para a preservação do passado para projeção no futuro”, disse Manuel Machado, que falava na segunda edição das Jornadas Internacionais de Arquitetura, que decorrem hoje e sexta-feira em Coimbra.
Os aumentos dos números de visitantes (19,2%) nos postos de turismo de Coimbra, de dormidas (10,6%), de hóspedes (11,7%) e dos proveitos com a atividade turística (9%) na região Centro em 2014 (relativamente ao ano anterior) são alguns dos indicadores que “reforçam a posição” da cidade e da região.
Mas “é preciso, agora, reforçar a oferta e ampliar as experiências disponíveis”, sustentou Manuel Machado, assegurando que essa é a aposta de Coimbra.
“Num mundo onde já existem 1.007 bens inscritos na lista do Património Mundial, queremos demonstrar que, além da nossa joia da coroa” — a Universidade e a sua envolvente, classificada pela UNESCO em 2013 –, Coimbra “tem outros espaços, outros tempos, outras histórias, outras memórias e patrimónios capazes de seduzir os turistas mais exigentes”, sublinhou.
Os programas de financiamento comunitário são “indispensáveis para esse trabalho, porque é urgente ampliar a oferta e qualificar a experiência turística da cidade e da região”, salientou o presidente da Câmara de Coimbra.
É “indispensável” também, no entanto — advertiu –, que o turismo não seja desgarrado das políticas de promoção da cultura e da mediação com os públicos, do desporto, de reabilitação urbana, de mecanismos de proteção, conservação, valorização e promoção do património e de estímulo à economia local”.
Estas “diferentes áreas de intervenção” não podem ser “dissociadas no planeamento e na gestão das cidades, tal como não podem sê-lo na concessão de financiamentos europeus na área do turismo e do património”, advogou Manuel Machado, que também é presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
Não é possível resolver “todos os problemas de uma vez”, reconheceu o autarca, mas os fundos provenientes do novo quadro comunitário de apoio `Portugal 2020` representam “uma oportunidade para o desenvolvimento de Coimbra, da região Centro e do restante território nacional”.
Esta oportunidade “não pode ser desperdiçada” e, sobretudo, “não pode ser desperdiçada com os designados `mapeamentos` empreendidos por agentes acoitados na administração central que `mapeiam em segredo`”, ao “arrepio da democracia representada” pelas autoridades urbanas, isto é, pelas câmaras municipais, que, “inequivocamente, se disponibilizaram para cooperar para o pleno e eficaz aproveitamento” do quadro comunitário de apoio `Portugal 2020`.
A segunda edição das Jornadas Internacionais de Arquitetura decorre hoje e sexta-feira, no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, por iniciativa da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos e do Núcleo de Arquitetos da Região de Coimbra, com a participação, designadamente, de arquitetos de Portugal, Espanha e Itália.
Sob o tema `Património vs [versus] Turismo`, o encontro pretende “compreender como se comporta o património”, numa altura em que o turismo se encontra em crescimento e, por outro lado, como a aposta na reabilitação e requalificação do espaço público pode afetar positivamente o turismo.
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