Turismo – Enoturismo é aposta do Alentejo para melhor valorizar os … – Diário de Notícias
Líder no mercado nacional, e com um preço médio de quatroeuro euros por litro, os vinhos do Alentejo querem mais notoriedade dando a conhecer as características das sub-regiões
Os vinhos do Alentejo estão apostados em reforçar o enoturismo, alargando a rota e oferecendo mais informação aos turistas sobre a região e a sua história e a variedade de produtos disponíveis. Pelo Alentejo passam, todos os anos, mais de 140 mil pessoas que querem provar e conhecer os vinhos da região, qualquer coisa como 16% do total de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros da região, com os turistas brasileiros a ocupar o top das visitas de enoturistas.
“Há um grande número de pessoas que vêm ao Alentejo com o intuito de explorar o enoturismo e nós queremos ajudar os produtores a estar mais próximos delas, alargando a rota e tornando-a um espaço de contacto com a realidade da região, de conhecimento do que há para oferecer”, diz Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), a entidade certificadora dos vinhos e gestora da rota.
Para ajudar a “criar uma relação mais próxima” com os turistas, a Rota dos Vinhos do Alentejo investiu num novo espaço de provas, em Évora, qualquer coisa como 200 mil euros, apostando em conteúdos multimédia que permitem aos visitantes conhecer, de forma mais interativa, as várias castas usadas na região, os seus solos, as diferenças climáticas e tudo o que contribui para que um vinho de Borba seja completamente diferente de um da Vidigueira ou de Reguengos. “Dar a conhecer melhor cada uma das oito sub-regiões do Alentejo é fundamental, não tanto para aumentar as vendas, mas sobretudo para se obter uma maior valorização dos vinhos”, explica Francisco Mateus.
Os vinhos do Alentejo são líderes no mercado nacional, com uma quota que ronda os 46%. Mais importante, diz Francisco Mateus, é que em 2016 a região conseguiu manter essa liderança, mas com uma evolução positiva do preço médio, que cresceu 4,8%, situando-se nos quatro euros por litro. Dos 110 milhões de litros produzidos na região na campanha de 2015-2016, foram colocados no mercado 97 milhões de litros, sendo 85% da produção certificada. “É um rácio muito bom e que contribui para a notoriedade da região”, sublinha Francisco Mateus.
Casos de sucesso
Com as exportações a valerem 30% das vendas dos vinhos alentejanos – foram exportados, em 2016, 44,4 milhões de euros, menos 0,6% do que no ano anterior -, a região tem nos mercados angolano e brasileiro os seus principais clientes externos, mas está a fazer uma grande aposta nos EUA, França, Polónia, China e Rússia.
A Casa Agrícola Alexandre Relvas é um dos exemplos de produtores locais a seguir a estratégia do enoturismo. A empresa dispõe de programas para oferecer aos visitantes da quinta, com preços individuais que vão dos dez euros (uma prova de três vinhos mais snack) aos 40 euros, que inclui uma prova vertical de cinco colheitas. Os programas costumizados têm preços a partir dos 30 euros. No top cinco dos produtores da região, a Casa Agrícola Alexandre Relvas é o maior produtor de rosé do Alentejo. A empresa faturou, em 2016, mais de 7,2 milhões de euros, com as exportações a valerem 57%.
A Sociedade de Vinhos de Borba (Sovibor) requalificou a Adega do Passo, destinada a visitas e provas, para apostar também no enoturismo. A empresa, que comemora 50 anos em 2018, conta com uma nova equipa de gestão, liderada por Fernando Tavares, e investiu, recentemente, mais de meio milhão de euros na beneficiação das infraestruturas e na renovação completa da linha de engarrafamento. Fatura um milhão de euros.