Um artigo sobre Festuris: devo confessar que gostei muito
É difícil voltar da Festuris de Gramado sem ter sido seduzido não somente pelo charme dessa estância turística onde a arquitetura, o atendimento, as infraestruturas e as animações lembram as montanhas dos Alpes europeus, mas também pela importância crescente dessa feira nos roteiros dos profissionais do turismo brasileiro.
Desde que a tão querida Feira da Abav parou de andar “pelos Brasis” para se fixar primeiro no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo, nenhum dos grandes encontros do turismo brasileiro conseguiu se firmar como a indiscutível cúpula dos profissionais do ramo, seja pela representatividade dos expositores presentes ou, mais ainda, pelo números de visitantes – agentes de viagens ou operadores. A própria Feira das Américas ganhou um novo impulso esse ano, mostrando uma capacidade de se renovar com uma melhor integração dos parceiros da Braztoa e uma valorização das formações propostas na Vila do Saber. Seu concorrente direto, o WTM conseguiu nas suas ultimas edições, com a forca da Reed International, trazer novos expositores e mostrar sua experiência em organização de grandes encontros. Mas nenhum dos dois ainda atraiu o volume de visitantes necessário a um indiscutível sucesso.
Mesmo se sentindo falta do charme e do carisma da sua fundadora Carolina Peres, a Travelweek continua sendo uma excelente opção de encontro profissional, juntando duas características muito procuradas tanto pelos expositores que pelos compradores: um evento especializado para umas clientelas e uns produtos bem definidos, e um numero garantido de encontros “face to face”. Um custo extremamente elevado – o contato útil acaba saindo por mais de 200 Usd- , e uma acertada vontade de focar exclusivamente o segmento luxo, impedem esse conceituado evento de atrair todos os lideres de opinião do trade. E se alguns destinos conseguiram nos últimos anos usar a Travelweek para se projetar – foram os casos da África do Sul, da Franca, da Espanha, do Portugal ou da Suíça -, o próprio conceito continua sendo dos hoteleiros de luxo vendendo através das agencias especializadas, deixando pouco espaço formal ou informal para os outros profissionais.
Cada vez mais procurada, guardando seu lado exclusivo que combina tão bem com a aconchegante cidade de Gramado, a Festuris conseguiu esse ano atrair 400 expositores, inclusive 16 destinos internacionais, e 8000 compradores vindo principalmente dos três estados do sul do Brasil, mas também de São Paulo e de vários países da América do Sul, argentinos, uruguaios, chilenos ou peruanos. Com um alto índice de satisfação dos participantes, a Festuris tem vários trunfos para se firmar como uma das feiras favoritas dos profissionais do setor: uma qualidade (e quantidade) de visitantes querendo mesmo fazer negócios (fala-se de mais de R$ 250 milhões de contratos fechados), uma programação equilibrada entre as palestras, os seminários, os estantes e os agendamentos, umas experiências inovadoras como o espaço luxo, um custo extremamente razoável, e enfim as numerosas opções de networking.
Desde as solenidades da festa de abertura até os almoços, coquetéis ou jantares organizados pelos expositores, desde o concorridíssimo jantar no Saint Andrews até as discussões mais informais nos corredores da feira, a descontraída organização da Festuris cria o perfeito clima para atualizar seus contatos e perceber as evoluções do trade. Enquanto o futuro dos grandes salões de turismo ainda é um debate acirrado entre os profissionais brasileiros, e que crescem os workshops especializados, a Feira de Gramado deve atrair cada vez mais as principais lideranças do setor, podendo assim crescer como um grande encontro do turismo no Brasil.