Vila do Saber: “Prejuízo de uma fraude equivale a 12 vendas legítimas”
Cassio ViajaNet, Antonio Poço da Abear e Ana Carlina Alves, da Clear Sale
Investir em tecnologia e melhorar o processo de autorização da compra e trocar informações. Estas foram às soluções indicadas por especialistas para evitar fraudes na venda de viagens. Em mesa redonda realizada neste terceiro dia de Expo Abav, foram mostrados dados do mercado brasileiro, que perde cerca de R$200 milhões com vendas fraudulentas.
“A fraude se tornou generalizada porque é muito difícil distinguir fraudes de vendas boas. O prejuízo de uma fraude é equivalente ao lucro de 12 vendas legítimas”, destacou Ana Carolina Alves, da Clear Sale, empresa especializada em detecção e prevenção de fraudes.
O mediador do encontro, Cassio Oliveira, vice-presidente do Grupo Ancoradouro, atentou para a necessidade de empresas do setor compartilharem bancos de dados para ampliar o número de informações, evitando confundir fraudadores com os falso positivos, ou seja lientes que parecem mas não são fraudulentos.
Já o fundador do site ViajaNet, Bob Rossato, destacou o papel da tecnologia para combater este problema. “A indústria está desenvolvendo soluções. Nos Estados Unidos, por exemplo, já está entrando em prática o reconhecimento facial para a efetivação da compra. Acredito que dentro de três anos isso possa ser uma realidade”, atentou.
Bob ainda falou sobre o rigoroso processo de revisão das vendas. “Cerca de 20% do que vendemos passa por um review. Uma equipe de 15 pessoas análisa endereço, dados de pagamento e até redes sociais. Neste processo, um terço destas vendas é negada”, revelou.
Já Antônio Augusto Poço Pereira, diretor administrativo e financeiro da Abear destacou os esforços realizados no sentido de combater os estelionatários. “Estamos com inquéritos nas Polícias Civis de diverso estados, com dezenas de delegados diferentes”, complementou.
